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Você conhece o Capim Miyagui??

Quando se fala em bovinocultura, o Brasil lidera o ranking mundial com uma população de 215,1 milhões de animais, o que representa 13,0 % de todo o rebanho mundial (ABIEC, 2020). Esses são animais são criados em sua maioria, em áreas de pastagens equivalente a 159,5 milhões de hectares divididas em 2,56 milhões de estabelecimentos pecuários no país (IBGE, 2017).

Grande parte desse sucesso, se dá pela utilização de diferentes forrageiras produtivas. Nesse cenário, destaca-se o gênero Panicum que apresenta várias espécies, sendo algumas consideradas forrageiras (P. maximum, P. antidotale, P. coloratum, etc.), outras são cultivadas com objetivo de produção de grãos (P. miliciaceum, P. pilosum, P. sumatrense, P. turgidum) e duas espécies são invasoras de difícil controle (P. repens, P. trichocladum) (ALVES et al., 2008).

A espécie P. maximum é a que mais se destaca e geralmente é conhecida como capim colonião. No Brasil nós temos várias cultivares como: o Tobiatã, Centenário e Centauro; IZ-1 e Aruana; Vencedor; Tanzânia; Mombaça e K 249; Massai e outros em extinção como o próprio Green Panic.

Agora como alternativa recente de utilização no Brasil de cultivares da espécie Panicum maximum, o cultivar de capim Miyagui, surge com uma boa aceitação tanto pelos produtores, quanto pelos animais.

Essa cultivar foi coletada em 2009, em uma área da Fazenda Fortaleza em Valparaiso – SP e foi melhorada individualmente por meio de seleção dos indivíduos que apresentavam as características desejáveis como alta produção de forragem, folhas largas e compridas, grande produção de sementes e panícula mais fechada (TAVARES, 2019).

Ela foi registrada no MAPA em 2017 pela Associação Nacional dos Produtores de Sementes de Gramineas e Leguminosas Forrageiras, como um Capim-colonião (Megathyrsus maximus (Jacq.) B. K. Simon & S. W. L. Jacobs = Panicum maximum Jacq.) (MAPA, 2017).

A principal cultivar de P. maximum que mais se assemelha com à cv. Miyagui é o Mombaça principalmente em relação as características de estrutura do dossel e composição bromatológica (TAVARES, 2019).

Foto: Grupo Esperança Rural

No entanto, o Miyagui se destaca por apresentar grande produção de forragem; folhas largas e compridas; excelente aceitabilidade; rápido crescimento e rebrota vigorosa.

É uma forrageira que possui exigência de média a alta fertilidade do solo, e apresenta alta taxa de crescimento ereto, sendo do tipo cespitoso, ou seja, lançando novos brotos ou caules de maneira aglomerada, geralmente formando uma touceira.

As suas folhas são de coloração verde escura, podendo atingir 120 cm comprimento e 5 cm de largura., enquanto que a sua altura média é de 1,60 m podendo chegar até 2,50 m.

Foto: Grupo Esperança Rural

Sua produção média de matéria seca (MS) está entre 25 a 30 t/ha/ano, com Teores de proteína bruta entre 08 a 14% na MS dependendo da época do ano, além de possuir excelente digestibilidade e palatabilidade, sendo, portanto, superior ao capim Mombaça.

A sua utilização pode ser tanto para o pastejo direto de animais, quanto para rotacionado e para silagem. É uma forrageira que permite a consorciação com todas as leguminosas, principalmente as trepadeiras e pode ser usado tanto pra leite quanto pra corte.

A recomendação é que ela deve ser pastejada quando as plantas atingirem 90 a 100 cm de altura e os animais devem ser retirados quando a planta for rebaixada a 20 a 30 cm do solo.

No entanto um estudo recente feito por Tavares (2019) demonstrou uma superioridade do Miyagui em relação ao Mombaça, quando manejado tanto na altura de saída de 30 cm quanto na de 50 cm sendo a entrada para ambas na altura do dossel em 77 cm.

Vale ressaltar que nesse estudo considerando o ano inteiro, o intervalo de pastejo em está em torno de 50 cm pois tem o período da seca. Mas o comum a rebrota na época chuvosa ocorre no máximo em 28 dias.

Nesse mesmo estudo foi comparado a produção de matéria seca (ton/ha) do capim Miyagui em relação ao Mombaça ao longo das estações do ano para altura de resíduo (saída) de 0,3 metros, e verificou-se que o Miyagui produziu 16,08 ton/ha ao ano comparada com as 15,64 toneladas produzidas pelo Mombaça para esse pastejo mais intenso, considerando um Intervalo médio entre cortes de 50 dias ao longo do ano. No entanto, o Mombaça foi mais produtivo apenas no Outono.

Já comparando esse mesmo sistema na altura de resíduo de 0,5 m, o mesmo autor constatou que o Miyagui foi superior ao Mombaça em todas as estações do ano com produtividade total em 16,08 ton.ha-1comparada às 15,64 toneladas produzidas pelo Mombaça nesse mesmo sistema de pastejo menos intensivo, considerando um Intervalo médio entre cortes de 50 dias ao longo do ano e dossel na altura média de 77cm.

Além de tudo isso, é importante frisar que essa forrageira apresenta algumas restrições como: precipitação pluviométrica acima de 950 mm anuais; profundidade de plantio entre 1,0 a 2,0cm; possui média tolerância à seca; e baixa tolerância ao frio e à solos úmidos.

Assim, verifica-se que a cultivar de P. maximun cv. Miyagui se torna uma importante alternativa para a intensificação e melhoria das pastagens no Brasil, contribuindo para o desenvolvimento do setor de pecuária no país.

 

 

 

AUTOR

Otávio dos Santos Limeira Luz

Pesquisador DSc em Produção Vegetal

Editor Chefe do Grupo Esperança Rural e do Portal dos Biológicos no Brasil

 

 

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

 

ABIEC – Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes. Beef report. O perfil da Pecuária no Brasil. 2020

Alves, S. J.; MORAES, A. D.; CANTO, M. D.; SANDINI, I; EMBRAPA. Espécies forrageiras recomendadas para produção animal. Londrina: Fundepec. (2008)

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo Agropecuário 2017. Disponível em: https://censos.ibge.gov.br/agro/2017/. Acesso em 08/01/2020

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento – MAPA. Disponível em: <http://sistemas.agricultura.gov.br/snpc/cultivarweb/cultivares_registradas.php>. Acesso em: 08 jan.2021.

TAVARES, P. C. Produção e valor nutritivo de Panicum maximum Jacq. cv. Miyagui manejada sob duas alturas de resíduo. 2019. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Tecnológica Federal do Paraná.

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